terça-feira, 8 de maio de 2012

Resenha de “O Antigo Regime e a Revolução” de Alexis de Tocqueville.





Um clássico sobre a Revolução Francesa.



O Autor deseja explicar por que a Revolução que se preparava em toda a Europa, ocorreu exatamente na França e de que maneira essa Revolução surgiu no seio de uma sociedade que ela iria destruir. Por fim, Tocqueville vai demonstrar como a Monarquia sucumbiu subitamente ao movimento revolucionário.
Segundo Tocqueville, o movimento Iluminista forçou a entrada de ideais políticas na sociedade disfarçadamente de teorias filosóficas. A partir desses escritos filosóficos abrangentes, a Humanidade se politizava e assim a revolução passou a ser uma exigência não só dos franceses, mas de toda a Humanidade.
Outro ponto destacado pelo autor é o caráter anti-religioso que a Revolução aparentemente demonstrava. Segundo Tocqueville, os idealizadores do pensamento revolucionário viam o Clero e a Igreja como parte da Aristocracia, entretanto deviam ser dissociados do Estado. Dessa forma, deviam existir apenas como Instituição Religiosa e não como uma Instituição Política. A Revolução combatia o poder religioso e não as práticas religiosas como se pensava. A Revolução Francesa foi, essencialmente, uma revolução social e política. Vê-se claramente que a Revolução teve por efeito abolir as instituições políticas (Instituições Feudais) que, durante muitos séculos, tinham reinado integralmente na maior parte da Europa.
Contudo, Tocqueville nega o caráter anárquico da Revolução. Para ele, a Revolução destruiu todas as instituições estabelecidas, pois era a única forma de estabelecer rapidamente uma nova ordem social diferente da anterior. Porém, ao invés da Revolução produzir um Estado Anárquico, como muitos dos críticos da Revolução achavam, ela criou um Estado centralizador mais absoluto do que a própria Monarquia que ela havia derrubado.
          Para Tocqueville, até aquele momento, não havia tido uma Revolução política que tivesse influenciado tantas pessoas como a Revolução Francesa. Por este motivo, Tocqueville compara a Revolução Francesa a uma Revolução Religiosa. Além disso, ele destaca que a Revolução atingiu um proselitismo político espantoso, pois os direitos de liberdade do cidadão francês passaram a ser visto como o direito de liberdade de todos os homens, independente de nacionalidade. Em outras palavras, o que Tocqueville quer dizer é que a Revolução não teve território próprio, mais que isso, seu efeito foi o de acabar com todas as fronteiras existentes até então.
           O grande feito da Revolução Francesa foi apagar os vínculos com a Idade Média e os feudos. Foi derrubar a Aristocracia e implementar novos valores na organização social, tendo por base a igualdade de condições. A Revolução Francesa é, portanto, uma revolução política que se operou com características de uma Revolução Religiosa.

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