“Fato Social” para Émile Durkheim
Émile Durkheim inicia o
livro “As Regras do Método Sociológico” definindo o que são “Fatos Sociais”.
Ele ressalta que erroneamente se aplica a definição de fato social para
designar todos os fenômenos que se dão no interior da sociedade. Na realidade
há um grupo determinado de fenômenos que se distinguem dos demais
fatos que ocorrem na sociedade.
Durkheim diz que quando um
indivíduo desempenha um papel na sociedade, seja ele de marido, de filho, de
pai, etc., ainda que suas atitudes estejam de acordo com os seus sentimentos,
na verdade eles não deixam de ser atitudes objetivas oriundas de terceiros que
são recebidas através da educação. Essas práticas interiorizadas acontecem em
diversas áreas e ele cita como exemplo as práticas religiosas, as condutas
profissionais, etc., que são práticas que funcionam independentemente do uso
que os indivíduos venham a fazer delas.
As maneiras de agir, de
pensar e de sentir que existem fora da consciência individual, ou seja, todas
as formas de conduta que são exteriores aos indivíduos são exercidas por uma
força coercitiva de imposição. Basta idealizar um caso em que uma pessoa tente
se comunicar com seus compatriotas utilizando outro idioma que não é o
praticado em seu país. Nessa hipótese a sua tentativa seria brutalmente frustrante.
Ou ainda se outro indivíduo tentasse efetuar transações econômicas no seio da Europa
utilizando o Yuan a moeda chinesa. Também aqui seus ideais seriam indeferidos.
Durkheim usa exemplos como estes para demonstrar o poder coercitivo presente
nas práticas cotidianas.
Segundo Durkheim é
incontestável que a maior parte das nossas ideias e de nossas tendências não
são elaboradas por nós, elas vem ao nosso encontro originadas por terceiros.
Contudo, mesmo diante dessa coerção social, não se exclui totalmente a
personalidade individual. Pode-se confirmar a definição de “Fato social” pela observação
da maneira pela qual as crianças são educadas. Nesse exercício, salta aos olhos
que toda a educação consiste num esforço contínuo para impor à criança maneiras
de ver, de sentir e de agir, às quais ela não teria chegado espontaneamente. Se
aos poucos essa coerção deixa de ser percebida é porque ela dá origem a hábitos
internamente consolidados a ponto de serem classificados como normais.
Essa pressão que a criança sofre a todo
instante, é a mesma pressão que o meio social exerce, tentando moldar os
indivíduos. Mas não é a sua generalidade que pode servir para caracterizar os
fenômenos sociológicos. Um pensamento que se encontra em todas as consciências
particulares, um movimento em que todos os indivíduos repetem, nem sempre podem
ser classificados como “Fatos Sociais”. O hábito coletivo não existe apenas em
estado de permanência nos atos sucessivos que ele determina, mas se exprime de
uma vez por todas, numa fórmula que se repete de boca em boca e se transmite
pela educação. Claro que essa diferença nem sempre se apresenta de forma
nítida, mas basta que ela exista para provar que o “Fato Social” é distinto de
suas repercussões individuais. Destarte, é indispensável proceder essa
diferenciação para analisar o “Fato Social em seu estado de pureza das outras
formas sociais. A primeira vista os “Fatos Sociais parecem inseparáveis das
formas que assumem os casos particulares, mas a estatística nos fornece o meio
de isolá-los. No fim das contas, o que esses “Fatos” exprimem é um certo estado
da alma coletiva.
Um “Fato Social” é algo
completamente distinto, resultado da vida comum, das ações e reações que se
estabelecem entre consciências individuais e se repercute em cada uma delas. Um
“Fato Social” se reconhece pelo poder de coerção externa que exerce ou é capaz
de exercer sobre os indivíduos. É toda maneira de fazer e agir que é geral na
extensão da sociedade e ao mesmo tempo possui uma existência própria,
independente de suas manifestações individuais.
Terminamos por aqui esta
breve introdução, mas continuem acompanhando o desenvolvimento dessa ideia que
será postada oportunamente aqui no blog.
Um grande abraço e boas
indagações!
adorei ...bem resumido e explicado ...só reforçou mais ainda meus conhecimentos ...
ResponderExcluirobrigada
Que bom Priscilla!!!
ResponderExcluirObrigado pela visita e pelas palavras!
Estou devendo outras resenhas que dão continuidade ao tema, mas elas virão!
Att,
Rodrigo
Obrigada!
ResponderExcluirótimo, adoro seu blog, estou divulgando para minhas amigas. ;)
ResponderExcluirperfeitooo essa explicaçao..ameiiii...que Deus abençoe esse conhecimento
ResponderExcluirMuito obrigado Joene!
ExcluirSinto muito por não ter tido tempo para alimentar o blog com mais resenhas!
Mas minha estimativa é que a partir de novembro, voltarei às publicaçōes.
Um grande abraço
Rodrigo Dias
Muitíssimo obrigada por compartilhar. De grande valia esse resumo!!!
ResponderExcluir\o/
Valeu ai.... Obrigado
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